Entrevista: DJ Tommy Love

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“Viajar pelo Brasil me ajudou entender os tipos diferentes de pistas. Hoje eu sei o que uma pessoa em SP quer escutar e o que outra no nordeste gosta.”

Considerado um dos maiores produtores para cena LGBT da atualidade, Tommy Love comemora o sucesso de seus projetos e remixes nas principais pistas. Atualmente são quatro faixas em destaque, hits como It´s Over, Masochist, Deep In My Heart e a original Mix para You Are The One, lançado em parceria com Paula Bencini, se destacam na programação e no set dos principais DJs.
Em entrevista exclusiva o produtor fala da ascensão, dos projetos com as novas divas e a rivalidade entre agências no Brasil. Confira:
Você hoje se consagrou como um dos destaques na música eletrônica. Como surgiu o ‘Tommy Love’?
Foi em 2007, eu já era DJ e resolvi fazer minhas próprias musicas. Queria um diferencial no meu trabalho. E tinha muita curiosidade também de saber como as músicas nasciam.
Qual foi o passo inicial? O primeiro remix, o primeiro single e o primeiro grande sucesso?
Eu sempre escutava os DJs tocando um remix antigo de Bills Bills Bills, das Destiny’s Child. Como a pista gostava dessa música, resolvi fazer um remix atual. Ao mesmo tempo, eu tive uma outra ideia, e comecei a fazer a faixa Confusion. E soltei as 2 músicas na Internet. Uma semana depois, fui acordado pelo Filipe Guerra, gritando no telefone porque estavam tocando Confusion na The Week. Acho que a partir daí as coisas começaram a acontecer!
Qual o critério na seleção de novos trabalhos?
Sempre produzo o que eu gosto, músicas que eu vá tocar, e nas quais acredito. Claro, que isso depende muito de eu ter tempo pra me dedicar a esses trabalhos. Uma boa produção demanda certo tempo pra ficar pronta, com boa qualidade.
Você figura em diversos projetos, desde as já consagradas divas gays como Lorena Simpson, até as novas da e.music como Paula Bencini e Natalia Damini. Existe uma cobrança maior para um ou outro projeto? E como se relacionar com cantoras de diversas agencias e sem atritos?
Olha, eu tenho um ótimo relacionamento com todas as cantora, somos amigos, sempre saímos juntos, estamos sempre em contato. Não diria que a cobrança seja maior pra esse ou aquele artista, mas sim que são objetivos diferentes. Quando você produz uma cantora já consagrada, como a Lorena Simpson, você tem planejamentos e metas diferentes dos de uma cantora que está debutado na e-music. Acho que o segredo para não haver atritos entre agências é não fazer panelinhas, e sempre trabalhar de maneira honesta e profissional.
Você foi considerado o padrinho das “neodivas”, as próprias cantoras projetam em você as expectativas para remixes e instrumentais para shows. Como você analisa esse trio de cantoras, o crescimento de cada uma?
Tivemos uma grata surpresa nesse ano. O mercado das cantoras de música eletrônica no Brasil se ampliou bastante. Lu Guessa, Paula Bencini, Natalia Damini e Nicky Valentine não são apenas novos nomes na cena. São verdadeiros talentos. E o melhor é que cada uma tem um estilo diferente, um jeito diferente de cantar. E isso é totalmente válido. Tanto é que todas elas já têm pelo menos um hit consagrado nas pistas.
Apesar de apadrinhar todas, vc tem uma parceria especial: Paula Bencini. Já são dois singles lançados e união pouco vista na cena. O que esse projeto representa hoje para você enquanto DJ, Produtor e no lado pessoal?
A Paula foi uma aposta pessoal. Demorei para lançar um single com uma cantora, e quando chegou a hora certa, não escolhi a Paula à toa pra ser a voz do meu primeiro “featuring”. Gravamos “Emotions” em janeiro, e agora “You Are The One”, e em menos de um ano, a Paula já tem agenda lotada praticamente até o ano que vem, as pessoas cantam essas músicas na pista, e eu sempre ouço outros DJs as tocando. Profissionalmente, isso é muito gratificante, tanto como produtor, quanto como DJ. No lado pessoal, a parceria com a Paula funciona porque temos uma forte amizade, dividimos todo o trabalho, sabemos tudo que o outro está fazendo quando nos dedicamos a um projeto. A gente se joga mesmo de cabeça!

Você acabou de lançar um single, mais três remixes: It´s Over, Deep In My Heart e masochist. O público já pode ouvir na pista, mas ainda não tem acesso ao single. O que eles podem esperar de cada uma dessas versões?
Fiz 2 versões para Deep In My Heart, uma que valoriza elementos da House Music e a melodia da música, e outra bastante agitada, gritaria e confusão! Para It’s Over, fiz uma versão que pudesse fazer, ao mesmo tempo, as pessoas cantarem junto, mas também se jogarem na pista. E em Masochist, procurei valorizar a essência dessa música: chicote, fetiche e calcinha no chão!

Ainda existem planos para 2011? E quais as expectativas musicais para 2012?
2011 foi um ano incrível! Profissionalmente, pra mim foi o que mais trouxe bons resultados. Mas ainda não acabou. Além do trabalho com todas as cantoras, comecei um projeto chamado “Zodiac”. Trata-se de um álbum, com 12 músicas, uma para cada signo do zodíaco. A ideia é apresentar estilos diferentes de produção, músicas versáteis, algo puxado pro lado underground. O legal é que as pessoas querem ouvir como ficou a música do signo delas! Já as expectativas para 2012 são muito grandes. Quero fazer mais músicas, continuar viajando pelo país, e expandir meu trabalho também para fora do Brasil.