A dupla de DJs que formam o projeto Altar, VMC e Macau, de São Luis no Maranhão apresentam novo single para e.music (música eletrônica) no Brasil. “Hold Me Now” chega ao mercado com foco no público LGBT e conta com o vocal da cantora brasileira Amannda. O lançamento oficial da música aconteceu na sexta-feira, 17 de setembro, pela rádio Ômega Hitz Brasil e já se destaca no set list de grandes DJs a nível internacional. Segundo a cantora, esse é o single de destaque para o projeto, e afirma que o amadurecimento musical é o responsável pela ótima aceitação do single pelo público.
A parceria do Altar com Amannda teve inicio em 2008 com o lançamento de “Sound Of Your Voice”, o hit foi destaque nos principais charts de música eletrônica no mundo e figurou na 18ª posição no “Hot Dance Club Play” da Billboard, revista que analisa as músicas mais influentes nos Estados Unidos. Com “Hold Me Now” a parceria de Altar com Amannda somam 5 singles, entre os mais conhecidos se destacam “Listen” que possui mais de 500 mil visualizações no YouTube e “Can U Hear Me” que chegou ao mercado em Outubro de 2009, foi destaque na Ômega Hitz ocupando por mais de 6 semanas a primeira posição entre as mais executadas na programação. Na Billboard o hit single alcançou a 14ª posição, novamente no “Hot Dance Club Play”, tornando-se o maior hit já lançado pela parceria. O sucesso promoveu a cantora no exterior e a turnê que leva o nome do single foi destaque em países como Canadá e México.
Confira a entrevista com os produtores de Hold Me Now e com a vocalista do single, a cantora Amannda:
Projeto ALTAR (VMC e Macau)
Como surgiu Hold Me Now?
O processo de composição é engraçado, às vezes estamos no carro, ou em uma fila no aeroporto, ou até mesmo no cinema e de repente surge aquela letra e melodia. No ato você tem que parar tudo, pegar o celular rápido e começar logo a gravar (risos). Muitas vezes é só um “nanananaaa”, mas a verdade é que você não pode perder a oportunidade. E é desse jeito que a música começa a nas-cer.
Foi uma musica composta para Amannda, ou a idéia dela interpretar surgiu depois de pronta?
Na verdade foi! Mas como trabalhamos estilos diferentes pra cada cantora, só depois achamos que a HOLD ME NOW se encaixava na interpretação da Amannda. Normalmente é assim que acontece.
O sucesso da parceria abriu o mercado, como enxergam hoje a cena repleta de brasileiros?
Sim, abriu-se o mercado para cantoras nacionais e hoje também os homens brilham nessa cena. Graças a Deus, ao longo de 10 anos de carreira, fomos os precursores em algumas coisas no Brasil, como: 1º lugar na Billboard, música tema da campanha da grife americana Abercrombie & Fitch de Milão, música na trilha sonora de filme da Universal Movies, entre outros grandes feitos e isso, de certa forma, impulsionou os profissionais brasileiros do mesmo segmento musical, o que nos enche de satisfação.
Quais os planos para pós Hold Me Now e quando acontece o lançamento oficial com EP de remixes e quem está no casting?
Então, já estamos com uma música pronta pra ser lançada em algumas semanas, que irá se chamar “Forbidden Love” e convidamos uma cantora inédita nesse mercado, a “CY”. Ela que já é cantora profissional e atua no mercado nos encantou com sua voz doce e maravilhosa. Garantimos que será mais um hit nas pistas e em rádios por aí.
E tem mais, também estamos remixando algumas músicas a serem lançadas nas próximas semanas. E o Pack de remixes de “Hold Me Now” será bem seleto desta vez. Serão poucos remixes, mas que farão muita diferença. Dois dos nomes que podemos adiantar são dos nossos queridos e talentosos amigos Filipe Guerra e E-Thunder.
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Amannda
O que esse novo single representa para sua carreira?
Quando Fazemos uma música é porque acreditamos nela com toda força. Hold Me Now foi assim, quando o Macau (protudor do single) cantou ela pela primeira vez, eu falei será um sucesso. Ele tem uma facilidade para compor coisas diferentes que impressiona. Acho o projeto Altar tão maravilhoso porque sei que conseguem se superar e acredito que esse é o propósito do artista, sempre renovar.
Can U Hear Me consolidou o projeto Altar ft Amannda, qual a relação entre os 2 singles?
O projeto vem se consolidando há três anos e “Can U Hear Me” foi uma consagração. Acreditamos naquilo que fazemos e quando “Can U Hear Me” foi feita estávamos em uma fase difícil, pensávamos em fazer algo que tirasse gritos da pista. Esse single foi acolhido no mundo inteiro e por diversos DJs, se transformando em um sucesso absoluto.
Quando montamos um projeto não buscamos uma relação com anterior e sim diferenciar sempre.
Amannda começou menina e hoje é uma mulher no palco, a evolução músical (singles / show) foi natural? E como hoje você vê a Amannda de Don´t Miss (primeiro single)?
O que me diferencia da Amannda de 5 anos atrás é a maturidade musical e profissional. Hoje tento ser mais completa, componho, danço, dou palpites nos figurinos, na montagem do show e isso agradeço a minha equipe que me fez entender que não bastava cantar, tinha que me envolver com o todo, um artista tem que ser completo. O que sinto falta da Amannda de 5 anos talvez seja a ingenuidade e naturalidade. Antigamente falava o que pensava e agia apenas com o coração, mas com isso vieram as mágoas que me fizeram crescer, mas que se eu continuasse sem proteger a Amanda (com um N só) eu acabaria desistindo de tudo e voltando para Niterói. Hoje sou bem mais forte e graças a tudo que vivi, graças ao apoio da minha família, do meu marido, do meu irmão que mesmo de longe está presente e temos nossos projetos grandiosos, sim, porém só conto quando tudo estiver no papel.
Quais os planos para o futuro? Carreira internacional e nova turnê?
Já fui convidada para sair do país novamente, só que queremos incluir outros países na turnê do ano que vem. Lançarei meu segundo CD com novas parcerias com produtores nacionais e internacionais, mas sempre com Altar ao meu lado, eles fazem parte da minha vida, da minha história e nunca quero perder isso. Temos novos e grandiosos projetos.
A mídia no geral tem os olhos voltados para a cena LGBT na e.music, como analisa a inclusão de artista como Leilah Moreno e Wanessa na cena?
Acho interessante, assim a cena cresce e toma força. Foi assim com a Lorena e com toda as cantoras que entraram. Isso ajudou para que as pessoas voltassem seu olhar para a cena LGBT e assim aumentou o respeito e profissionalismo com quem já estava aqui antes. Queria que pudéssemos fazer a diferença em muitas coisas, mas algumas pessoas não pensam assim. Acho que tem que haver respeito com o trabalho de todos, afinal a cena não começou ontem e se hoje existe espaço para todos é porque alguém lá atrás começou tudo isso. Mauro Borges é um exemplo, que começou a colocar foco no DJ e hoje há festas onde a atração principal é o DJ. Mas alguns se esquecem disso muito rápido e acabam causando mágoas em alguns. Quero que um dia não haja essa história na cena LGBT, que façam seus trabalhos sem rótulos, afinal não somos margarina. Ainda haverá o dia em que a música vai ser boa e será apenas esse rótulo. Em muitos países o público é único e se respeitam podendo assim montar um line-up incrível sem levar em consideração se o DJ é da cena hétero ou LGBT, ele é contratado porque é bom e ponto final.
Por: Pedro Pitanga