Falar em sexo sempre parece algo muito prazeroso. Afinal, quem não gosta, certo? Mas o assunto torna-se sério quando falamos no vício pelo sexo. A compulsão é uma realidade, uma doença e precisa ser tratada como tal, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Muitas vezes, quem convive com a doença nem sequer tem noção, mas o dano causado a parceiros pode ser traumático.
Em uma determinada época tive um convívio, uma relação com uma pessoa, que, por muitas vezes, cometia atos desastrosos pelo prazer. A traição era algo constante e o que me chamava mais a atenção (na época pouco conhecia sobre o vício em sexo) era o sofrimento pelo ato cometido. Era desesperador ver que o ato era algo que doía mais no outro do quem em mim, ou seja, o prazer por transar era momentâneo e torturador.
Sem entender, muitas vezes questionei-me sobre o comportamento dessa pessoa, o porquê de não se controlar, o porquê de não conseguir se manter fiel – e o pior, o porquê de se satisfazer e, depois, sofrer tanto por isso. Era um “mix” de sensações que eu percebia: ansiedade, angústia e vergonha, um sofrimento que hoje entendo como indicador da doença.
Hoje, meses depois, entendo a situação e percebo como um vício pode destruir a vida de uma pessoa. Uma relação, duas, três, que foram “pro espaço” em troca do sexo pelo sexo e isto reflete apenas um desejo, seguido de um enorme desespero.
Estar atento a si e ao comportamento de amigos e parceiros pode ser fundamental. O vício pelo sexo precisa de acompanhamento e tratamento, é um transtorno mental que destrói relacionamentos, a vida e perturba o comportamento.